sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Cio da Terra


Composição:Milton Nascimento/Chico Buarque

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O papalagui não tem tempo

Tuiávii, Chefe da Tribo Tiaveá na Polinésia

O papalagui gosta do metal redondo e do papel pesado; gosta de meter para dentro da barriga muitos líquidos que saem das frutas mortas, além de carne de porco e de vaca e de outros animais horríveis: mas ele gosta principalmente daquilo que não se pode pegar e que, no entanto, existe: o tempo. Nunca existe mais tempo do que aquele que vai do nascer ao pôr do sol e, no entanto, isto nunca é suficiente para o papalagui.
O papalagui nunca está satisfeito com o tempo que tem; e acusa o grande espírito de não lhe ter dado mais. Chega a blasfemar contra Deus, contra sua grande sabedoria, dividindo e subdividindo em pedaços cada dia que se levanta de acordo com um plano muito exato. Divide o dia tal qual um homem partiria um coco mole, com uma faca em pedaços cada vez menores. Todos os pedaços têm nome: segundo, minuto, hora. O segundo é menor que o minuto, este menor do que hora; juntos, minutos e segundos formam a hora e são precisos sessenta minutos e uma quantidade maior de segundos para fazer o que se chama de hora.
É uma coisa complicada que nunca entendi porque me faz mal estar pensando mais do que é necessário em coisas assim pueris. Mas o papalagui disso faz uma ciência importante: os homens, as mulheres e até as crianças que mal se têm nas pernas usam na tanga, presa a correntes grossas de metal, ou pendurado no pescoço, ou atada com tiras de couro ao pulso, certa pequena máquina, redonda, na qual lêem o tempo, leitura que não é fácil, que se ensina às crianças, aproximando-lhes do ouvido a máquina para diverti-las.
Esta máquina, fácil de carregar em dois dedos, parece-se por dentro com as máquinas que existem dentro de grandes navios, que todos vós conheceis. Mas também existem máquinas do tempo grande e pesadas, que se colocam dentro das cabanas, ou se suspendem bem alto para serem vistas de longe. Para indicar que passou uma parte do tempo, há do lado de fora da máquina uns pequenos dedos; ao mesmo tempo, a máquina grita e um espírito bate no ferro que está do lado de dentro. Sim, produz-se mesmo muito barulho, um grande estrondo, nas cidades européias quando uma parte do tempo passa.
Ao escutar esse barulho, o papalagui queixa-se: “Que tristeza que mais uma hora tenha se passado”. O papalagui faz, então, uma cara feia, como um homem que sofre muito; no entanto, logo depois vem outra hora novinha.
Só consigo entender isso pensando que se trata de uma doença grave: “O tempo voa!” “O tempo corre feito um corcel!” “Dêem um pouco mais de tempo!” – são as queixas do branco.
Digo que deve ser uma espécie de doença porque, supondo que o branco queira fazer alguma coisa, que seu coração queime de desejo, por exemplo, de sair para o sol, ou passear de canoa no rio, ou namorar sua mulher, o que acontece? Ele quase sempre estraga boa parte de seu prazer pensando, obstinado: “Não tenho tempo para me divertir”. O tempo que ele tanto quer está ali, mas ele não consegue vê-lo. Fala em uma quantidade de coisas que lhe tomam tempo, agarra-se taciturno, queixoso, ao trabalho que não lhe dá alegria, que não o diverte, ao qul ninguém o obriga senão ele próprio. Mas, se de repente vê que tem tempo, que o tempo está ali mesmo, ou quando alguém lhe dá um tempo – os papalaguis estão sempre dando tempo uns aos outros, é uma das ações que mais se aprecia – aí não se sente feliz, ou porque lhe falta o desejo, ou está cansado do trabalho sem alegria. E está sempre querendo fazer amanhã o que tem tempo para fazer hoje.
Certos papalaguis dizem que nunca têm tempo: correm feito loucos de um lado para outro, como se estivessem possuídos pelo aitu; e por onde passam levam a desgraça e o pavor de terem perdido o seu tempo. É um estado horrível, esta possessão que não há médico que cure, que contagia muitos homens e os faz desgraçados.
Todo papalagui é possuído pelo medo de perder o seu tempo. Por isso todos sabem exatamente ( e não só os homens, mas as mulheres e criancinhas) quantas vezes a lua e o sol saíram desde que, pela primeira vez, viram a grande luz. De fato, isso é tão sério que, a certos intervalos, se fazem festas com flores e comes e bebes. Muitas vezes percebi que achavam esquisito eu dizer, rindo, quando me perguntavam quantos anos eu tinha: “Não sei...” “Mas decia saber”. Calava-me e pensava que era melhor não saber.
Ter tantos anos significa ter vivido um número bem preciso de luas. É perigosa essa maneira de indagar e contar o número de luas porque assim se chega a saber quantas luas dura a vida da maior parte dos homens. Todos prestam muita atenção nisso e, passando um número muito grande de luas dizem: “Agora não vou demorar a morrer”. E então essas pessoas perdem a alegria e morrem mesmo dentro de pouco tempo.
Pouca gente há na Europa que tenha tempo, de fato; talvez ninguém mesmo. É por isso que quase todos levam a vida correndo com a velocidade de pedras atiradas por alguém. Quase todos andam olhando para o chão e balançando os braços para caminhar o mais depressa possível. Se alguém os faz parar, dizem, mal-humorados: “Não me aborreças, não tenho tempo, vê se aproveita melhor o teu. Dá a impressão de que aquele que anda mais depressa vale mais do que aquele que anda devagar. [...]
Só uma vez me deparei com um homem que tinha muito tempo, que nunca se queixava de não tê-lo, mas era pobre, sujo e desprezado. Os outros passavam longe dele, ninguém lhe dava importância. Não compreendi essa atitude porque ele andava sem pressa, com os olhos sorrindo, mansa, suavemente. Quando lhe falei, fez uma careta e disse tristemente: “Nunca soube aproveitar o tempo, por isso sou pobre, um bobalhão”. Tinha tempo, mas não era feliz.
O papalagui emprega todas as forças que tem e todos os seus pensamentos tentando alongar o tempo o mais possível. Serve-se da água e do fogo, da tempestade, dos relâmpagos que brilham no céu para fazer parar o tempo. Põe rodas de ferro nos pés, dá asas às palavras que diz para ter mais tempo. Mas para que todo esse esforço? O que é que o papalagui faz com o tempo? Nunca compreendi muito bem. [...]
Acho que o tempo lhe escapa tal qual cobra na mão molhada justamente porque o segura com força demais. O papalagui não espera que o tempo venha até ele, mas sai ao seu encalço, não deixa que o tempo descanse ao sol. O tempo tem de estar sempre perto dele, cantando, dizendo alguma coisa. Mas o tempo é quieto, pacato, gosta de descansar, de deitar-se à vontade na esteira. O papalagui não sabe perceber onde está o tempo, não o entende e é por isso que o maltrata com seus costumes rudes.
Ó amados irmãos! Nunca nos queixamos do tempo; amamo-lo conforme vem, nunca corremos atrás dele, nunca pensamos em ajuntá-lo nem parti-lo. Nunca o tempo nos falta, nunca nos enfastia. Adiante-se entre nós aquele que não tem tempo! Cada um de nós tem o tempo em quantidade e nos contentamos com ele. Não precisamos de mais tempo do que temos e, no entanto, temos tempo que chega. Sabemos que no devido tempo havemos de chegar ao nosso fim e que o grande espírito nos chamará quando for sua vontade, mesmo que não saibamos quantas luas passaram. Devemos livrar o pobre papalagui, tão confuso, de sua loucura! Devemos devolver-lhe o verdadeiro sentido de tempo que perdeu. Vamos despedaçar sua pequena máquina de contar o tempo e lhe ensinar que, do nascer ao pôr do sol, o homem tem muito mais tempo do que é capaz de usar.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Meio Silêncio

Carlos Drummond de Andrade

É tempo de meio
silêncio,
de boca gelada e suspiro,
de palavra indireta,
aviso na esquina.
Tempo de cinco
sentidos num só.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse


Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mas há a vida

Clarice Lispector

Mas
há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Recomeçar

Carlos Drummond de Andrade

Não importa onde você parou …
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo…
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você que chegar?
Ir alto… sonhe alto…
queira o melhor do melhor…
pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos…
Se pensarmos pequeno coisas pequenas teremos ….
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Canção do dia de sempre


Mário Quintana

"Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Camarada D'água

O Teatro Mágico

Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza


Camarada, d'onde vem essa febre
Nossa alegria breve
Por enquanto nos deixou
Camarada, viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue
Que te cause mais dor

Caixa d'água guarda a água do dia
Não cabe tua alegria
Não basta pro teu calor

Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor
E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou

Camarada d'água
Fique peixe de manhã, de madrugada
Fique toda hora que for

Você é riacho
E acho que teu rio corre pra longe do meu mar
Mar marvado seria o rio
Que correndo do meu riacho
Levaria o que acho
Pra onde ninguém pode achar

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia?

Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou

terça-feira, 8 de junho de 2010

Deficiências

Mario Quintana

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida,
aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive,
sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria,
e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo,
ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.



"A amizade é um amor que nunca morre. "

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Os Estatutos do Homem

Autor: Thiago de Mello *

Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II

Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:

O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V

Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII

Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX

Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI

Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final

Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

* O poeta Amadeu Thiago de Mello, nasceu em 30/3/1926, na cidade de Barreirinha, Amazonas. Foi preso político e exilado no Chile, quando escreveu "Estatutos do Homem". Traduziu Pablo Neruda, Ernesto Cardenal, Cesar Vallejo, Nícolás Guillén. Prêmio Jabuti 2001 com "Campo de Milagres".

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Viração

Kleiton e Kledir

Nas águas claras do dia
À sombra dos cereais
Manhãs de trigo e de vinho
Lembrando o passado e a paz
O gosto e o frio da aurora
O cheiro macio do pão
E eu penso no frio que agora
Habita meu coração

Nos muros nos olhos do povo
Habita a mesma tristeza
Porque os braços de ferro
Nos prendem como represa
Mas o que eles não sabem
Não sabem ainda não
É que na minha terra
Um palmo acima do chão
Sopra uma brisa ligeira
Que vai virar viração
Ah mas eles não sabem
Que vai virar viração

Amigo guarda tua mente
Bem viva atenta e sem medo
Que a hora certa e precisa
Virá mais tarde ou mais cedo
Ensina a teus filhos pequenos
Que é dura e longa a viagem
Que a dor, a madeira e o tempo
Não dobram um coração selvagem

Nos muros nos olhos do povo
Habita a mesma tristeza
Porque os braços de ferro
Nos prendem como represa
Mas o que eles não sabem
Não sabem ainda não
É que na minha terra
Um palmo acima do chão
Sopra uma brisa ligeira
Que vai virar viração
Ah mas eles não sabem
Que vai virar viração.

"Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma epoca da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa propria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa..."

Mario Quintana

terça-feira, 1 de junho de 2010

Paciência


Lenine

Composição: Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára...